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Inep detecta 109,6 km² de desmatamento em mais na Amazônia.
Área equivale a 68 vezes o Parque Ibirapuera, em São Paulo

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) detectou desmatamento de 109,6 km² da floresta amazônica no mês de maio. A área, divulgada pelo instituto nesta quinta-feira (15), equivale a 68 vezes o tamanho do Parque Ibirapuera, em São Paulo, ou a quase seis vezes o tamanho da ilha de Fernando de Noronha, em Pernambuco.

Segundo os novos dados do Inpe, maio é mês com o segundo maior desmatamento detectado pelo sistema em 2010, atrás de fevereiro, que teve 185 km² devastados. O bioma amazônico no Brasil perdeu mais floresta em maio do que em março e abril juntos, quando foram identificados 103,5 km² de devastação.
Nos meses de janeiro e fevereiro, o Inpe havia detectado 208,2 km² de devastação na Amazônia. Já em outubro e novembro de 2009, o desmatamento detectado foi de 247,6 km² - o mês de dezembro ficou sem medição por conta da forte cobertura de nuvens nesta época do ano.
O estado que apresentou maior área de desmatamento registrado foi Mato Grosso, pela terceira vez seguida neste ano, com 51,9 km² . O Pará aparece como o segundo estado mais desmatado, com 37,2 km².
O instituto, sediado em São José dos Campos (SP), ressalta que em função da cobertura de nuvens variável de um mês para outro e, também, da resolução dos satélites, os dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) não são uma medição exata do desmatamento mensal da floresta amazônica.
Em maio, por exemplo, 45% da Amazônia Legal esteve coberta por nuvens, impedindo a visualização por satélite. Por isso, o Inpe não recomenda a comparação entre dados de diferentes meses e anos.
Em operação desde 2004, o Deter foi criado para apoiar a fiscalização ambiental. Embora os dados sejam divulgados em relatórios mensais, seus resultados são enviados a cada quinzena ao Ibama, responsável por fiscalizar as áreas.
O sistema gera alertas para áreas de corte raso, quando os satélites detectam a completa retirada da floresta nativa, e para degradação progressiva, quando há destruição parcial da mata.
O Deter registra apenas focos com área maior que 250 mil metros quadrados, por conta da resolução dos sensores dos satélites. Além disso, devido à cobertura de nuvens, nem todos os desmatamentos com essa dimensão ou maiores são identificados.




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Artigo: A biologia forense e os crimes ambientais

Biólogos capacitados nas técnicas de biologia molecular (DNA) e de histopatologia, tanto para perícias criminais quanto para cíveis, vêm conseguindo destaque na área forense, mais especificamente na aplicação das ciências biológicas no esclarecimento de crimes pela Justiça.
Mas não é apenas no processo para desvendar crimes contra seres humanos que os biólogos têm sido úteis. A análise do crime contra o ambiente também passou a ampliar o campo de trabalho do biólogo, com o advento da lei 9.605/1998, quando empresas também começaram a ser investigadas. Pessoas jurídicas passaram a ser responsabilizadas criminalmente por causar danos ao ambiente ou mesmo por não apresentar laudo comprovando a recuperação do dano ambiental.
A partir de então, os atendimentos do Instituto de Criminalística começaram a receber também requisições de exame de corpo de delito relacionadas a crimes ambientais. Em 2003, houve um aumento expressivo no volume de boletins de ocorrência feitos devido aos autos de infrações ambientais lavrados pela Polícia Florestal do Estado de São Paulo. As infrações básicas são relacionadas à mineração, ao desmatamento, ao lixo e aos pesqueiros irregulares.
Se você se preocupa em manter os ecossistemas mais saudáveis, você também pode ajudar os biólogos e a Justiça a desvendarem ou a prevenirem crimes ambientais. Toda vez que estiver diante de danos ao ambiente (por exemplo, desmatamentos indevidos em áreas de mananciais, construções irregulares em áreas de marinha), em áreas públicas da União, procure descrever minuciosamente o dano, se possível, documente fotograficamente o fato, a data, o autor do dano, quando conhecido, e indique testemunhas. Encaminhe uma denúncia formal ao Ministério Público exercendo, assim, a cidadania de forma responsável.